quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Por uma questão de "Eqüidade"... Ou, apenas uma gota no oceano.

Os mais desavisados poderiam achar que a palavra "eqüidade" vem dos eqüinos, da família dos cavalos e seus parentes, as éguas, mulas, burros, jegues e jumentos. Mas os animais não têm culpa das palavras difíceis nem da própria origem. Por outro lado, chamar um vereador de jumento ou jegue é na verdade uma ofensa ao simpático animal, cantado e eternizado sabiamente pelo Rei do Baião, o Grande Luiz Gonzaga, que dizia... "O jegue é nosso irmão."
Um vereador é tudo, menos um irmão. Nem meu, nem seu, nem do povo que o elegeu, nem de ninguém a não ser dele mesmo, de seus pares e de suas falcatruas para burlar a lei e roubar, nem que seja uma gota no oceano do dinheiro público, nesse caso, vindo das multas pelo não cumprimento do rodízio municipal. Dada essa atitute, a palavra eqüidade poéticamente licenciada por mim, designaria atitude digna de um jumento. Sem ofensa ao animal, por favor.

Seguem os principais trechos da notícia publicada hoje na Folha de São Paulo.

Divirtam-se!

Para fugir de rodízio, Câmara começa a usar placa especial (REPORTAGEM LOCAL)

Segundo o Detran de SP, o uso da identificação de bronze não foi autorizado. Vereadores justificaram ato como uma "questão de eqüidade", já que carros do TJ e da Assembléia Legislativa têm placas diferenciadas.

Em desacordo com a legislação, parte dos vereadores de São Paulo passou a utilizar nesta semana placas especiais, de bronze, em seus veículos. O objetivo, admitem os parlamentares, é fugir das multas pelo desrespeito ao rodízio.Segundo o Detran de São Paulo, o uso das placas especiais não foi autorizado. Uma consulta feita pela Câmara no final do ano passado, ainda segundo o órgão, foi repassada ao Denatran, mas sem uma resposta até ontem... A Folha pediu à presidência da Casa uma cópia da autorização para o uso das placas e buscou saber quantos dos 54 vereadores já as adotaram (só o presidente da Câmara pode, por lei, ter direito ao benefício).A assessoria, porém, informou que somente hoje pode dar uma resposta. Mesmo antes da consulta feita ao Detran, os vereadores já haviam decidido que trocariam as placas de seus veículos para burlar o rodízio.O argumento jurídico usado pela Câmara é a "questão de eqüidade", já que os veículos do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa também utilizam placas diferenciadas para seus representantes... Para se livrar das restrições impostas pelo rodízio de veículos, os parlamentares trocaram a tradicional identificação dos veículos -modelo Astra-, com três letras e quatro números, de cor cinza, pelas de bronze, pretas, com o número do gabinete e a identificação do Poder Legislativo."O parlamentar de São Paulo, a terceira maior Casa da América Latina, ficar podado de andar num dia de rodízio? O vereador todo dia tem uma solenidade, algum lugar para ir. Você, vereador, ficar parado? Isso perto dos 5,7 milhões de veículos é um pingo no oceano", argumentou, à época, Amadeu. Ontem, porém, o vereador não quis falar com a reportagem. A reportagem solicitou à Câmara que algum vereador comentasse o assunto ontem. Mas a presidência disse que só hoje poderia indicar alguém para dar esses esclarecimentos. ( De ROGÉRIO PAGNAN)

P.S. : Segundo disse o Nário : Eqüidade : respeito à igualdade de direito de cada um, que independe da lei positiva, mas de um sentimento do que se considera justo, tendo em vista as causas e as intenções .

E tem mais... : virtude de quem ou do que (atitude, comportamento, fato etc.) manifesta senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos.

E mais essa.. : Retórica .Uso: pejorativo. emprego de procedimentos enfáticos e pomposos para persuadir ou por exibição; discurso enfático, ornamentado e vazio.

2 comentários:

Mussarela disse...

Yeah!!! É isso aí Marcião,

Se é pra queimar, que sejamos o estopim. Edmund Burke disse: "A lei tem dois e apenas dois fundamentos: a eqüidade e a utilidade".
Podemos dizer então que vivemos em uma sociedade sem leis. Enquanto o povo procura um penico eles fazem o que querem bem no meio de nossas salas, em cima de nossas cabeças, sujando nossas lindas orelhas de burro e nos impedindo de ver televisão. Assim não dá!?!
Nosso, nosso, nosso... Tudo isso é nosso, então quem deve lutar por eqüidade? Os políticos? O Chapolin Colorado? O Hiro? NÃO! Eles não compartilham do mesmo cosmos.
Então quem?
Talvez nós.
Quem quer ficar esperando que os beneficiados pela falta de eqüidade tomem algum tipo de atitude pode esperar deitado eternamente em berço esplêndido; mas quem quer lutar que lute, pois como também diria Edmund Burke:"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada."

Aê Marcião, valeu pelo blog e pela oportunidade.
Gudbai.

Marcio Ribeiro disse...

Genial o seu comentário.A idéia é essa mesma. Os caras pegam uma palavra difícil, como sempre fazem e a usam buscando o próprio benefício e dane-se a gente! O povo é ignorante mesmo e vai pensar... Eqüi, o quê ? É isso. Você foi na alma da questão. A eqüidade é nossa !!!!! rs.